27 junho 2010

Faça seu pedido.

Para onde quer que você vá, há sempre um espaço no caminho. Há sempre algo por vir ou algo que não virá.

Hoje eu disse algo profundo; na verdade simples, mas profundo. Eu disse: “Dá-me uma dor no coração”. No sentido literal da palavra a essa hora eu provavelmente estaria em “outra dimensão”, motivo: enfarto.
Mas era a outra dor que me referia. Algo que não entendo.
A maravilhosa e inteligentíssima, minha musa, Clarice dizia: “Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa qualquer entendimento”. Mas ela própria se preocupava tanto! Todas suas preocupações, com ou sem fundamentos foram expostas em sua poesia.
“Não me alcanço”, dizia.
E eu também não.
Quando penso que estou perto de mim... Perto de algo que eu possa chamar de “meu”, que eu possa dizer “eu sei”. Tudo se esvai, como areia e vento.
Assim sou, talvez no plural; assim somos. Como areia e vento. Não nos alcançamos.

Absolutamente nada está sob meu domínio. Muito menos o destino. Nem o próximo segundo consigo alcançar, tocar, decifrar.

Nesse momento sinto um nó na garganta. Daqueles que odeio, que vem com sabor amargo de saudade, mais um gosto estranho de preocupação.
Gostaria de poder mudar o mundo! Mas não contarei qual seria a primeira coisa que eu faria. Não digo por que nem mesmo sei.
Cansei de pensar antes da hora. Fazer isso cansa, e na hora certa você esta em seu momento errado. Melhor é deixar que venha, com o que tiver que ser. Com um sorriso na boca e um cigarro na mão direita. Sempre funciona.

Adoro coisas que sempre funcionam. Ultimamente tenho optado por estas.
Antigamente eu era do contra. Queria experimentar, inovar, ser do contra, mesmo. Coisas dos hormônios. Hoje sou light, não corro tantos riscos.
No fim, quando o garçom lhe perguntar: O que vai querer?
Você pode responder: “O de sempre”.
No entanto há a possibilidade de olhar o cardápio.

07/04/2010

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