25 fevereiro 2010

Uma coisa muda todas as outras.


Lá estava ela outra vez perdida na escolha de um caminho: "É difícil olhar e ver duas escolhas boas. Se fosse uma mais ou menos e outra boa, que seja. Ah, como seria menos angustiante.
É como escolhar entre chocolate e morango, para a maioria é sempre um dilema.
Entre cinema e teatro.
Entre música e pintura." Pensou.
Por isso ela estava tão triste. "Porque querer está tão longe de poder", já disse o poeta.
E querer tudo, minha filha...Não vai dar.
Lá estava ela outra vez perdida na escolha de um caminho. Olhava para as perguntas e as respostas nao olhavam para ela.
Olhava para um lado e tudo parecia ser perfeito. Ali encontraria o abraço amigo, a palavra de incentivo, de reprovaçao quando fizesse tudo errado, ali encontraria a certeza de tudo. A certeza de como seriam a maioria de seus dias, a certeza de todas as coisas que não faria.
Olhava para o outro lado e tudo parecia ser imperfeito. Ali encontraria também um abraço amigo, mas que talvez estivesse ausente nas noites em que mais precisasse. Encontrava a incerteza mais incerta e bonita. A incerteza das palavras que receberia e que seria obrigada a dizer. A incerteza de um caminho instigante, porém escuro.
Talvez fosse fácil para a maioria das pessoas. Talvez ela estivesse errada ao pensar que era uma escolha tao dificil quanto "chocolate ou morango". Talvez todos soubessem o que fazer, menos ela.
Mas, sejamos pacientes. É difícil pensar com rapidez, digo pensar certo, pensar com sabedoria.
"Quem pensa pouco, erra muito" Lembrou-se disso, e sentiu medo.
Acho que foi essa a causa de seu erro: O medo de errar.
De tanto sentir medo, resolveu voltar. Foi sua pior escolha.
Não, não. Ela nao poderia ter feito isso.
Mas quem somos nós para opinar? Estamos sempre observando, apenas.
Tentei escrever outras coisas, mas nao consigo. Eu nao posso.
A imagem dela ainda está na minha mente.
Gostaria de nunca ver alguém que amo errar.
E gostaria de nunca errar também.
Mas a vida nem sempre nos é favorável.
E por enquanto nao conseguimos nos transformar em pedras.

0 comentários:

Postar um comentário