09 novembro 2010

Conquistar é diferente de possuir.



Conquistar é diferente de possuir, que é diferente de amar. Amar de verdade.


Ele sabia muito bem onde estava a se meter. Mas a conquista era algo de que ele não conseguia fugir. Não podia deixar de sentir o frio no estômago depois de uma palavra convidativa, o arrepio depois de um eventual toque nas mãos, olhares, mensagem às escondidas... Toda a imaginação do que poderia acontecer, e que talvez nem aconteça.
Sabia que, definitivamente, a imaginação é o tesão da conquista!

Sentia-se como um Leão, o predador, que vê sua presa distraída na beira do lago, e se prepara para o ataque, quase sempre bem sucedido, fatal.
Acontece que desta vez, Jorge não contava com o inesperado. A presa era tão amável que ele não poderia matá-la, se quer usar de seu amor, sem lhe dar algo em troca.

Jorge havia se apaixonado.
Tornou-se parte daquele ditado: “Caça e caçador”.
A jovem a quem ele desejava apenas possuir, o possuiu.
Ele tornou-se a presa. Ela o colocou numa jaula, botou-lhe uma coleira.
Dizem que Jorge agora é outro.
Pobre Jorge... Anda pela rua de cabeça baixa, pensamento lá longe. Ás vezes solta um sorriso envergonhado, e depois um grande sorriso ao imaginá-la.

A ladeira do Bairro Vila Madalena não era a mesma de ontem.
Até o rapaz na fila do pão sabe de sua captura.
Jorge não repara na moça da janela que arruma os cabelos, tampouco naquela de roupas curtas que varre a calçada.
Jorge está triste, não pelo amor, mas por não ser correspondido.
Diz Dona Sebastiana: Bem Feito!
Já Joaquina tem pena, parecia ser bom moço.
Sabemos que bom moço é o que Jorge não era.

Engraçada e assustadora é a vida.

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